Estou triste.
Acordo triste.
Deito-me triste.
Um momento adverso inunda-me de desalento.
Um desalento que teima em não se desvanecer
e leva que meus dias vagarosos, monótonos, sem prazer e com dor
se arrastem ainda mais penosos dos que têm sido
a minha existência tão vulnerável
enfrentando a vida dia após dia
dela esperando tudo mas aceitando resignado
o que ela me foi dando.
Todos os dias foram recomeços que alimentaram a esperança
e com entusiasmo agarrados.
Mas a incerteza das coisas sempre me envolveu nas suas redes
impedindo de forma maléfica
que os mais importantes anseios se tornassem realidade
As palavras bonitas que me douravam a boca
foram perdendo o encanto.
Hoje,
idos os votos da juventude,
chegados que são a velhice e este desalento,
desisto
cansado, desanimado, descrente.
Não vejo que outro remédio haja
que não seja estar triste.
José Aranha
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